A depressão tem contribuindo para o suicídio, e dentre as razões desta incidência estão os resultados adversos de doenças médicas, a interrupção das relações interpessoais, o abuso de substâncias e o tempo de trabalho perdido.
Diferente da tristeza passageira, que é normal e afeta as pessoas várias vezes ao longo da vida, a depressão se trata de um estado permanente de tristeza e melancolia.
Esta enfermidade pode tanto surgir sem motivo aparente como ser a consequência de um evento importante, como divórcio, falência, perda de emprego ou morte de uma pessoa próxima.
Estes acontecimentos são os chamados gatilhos: eles desencadeiam sentimentos de tristeza e, em certos casos, depressão.
Os principais sintomas da depressão são humor depressivo: sensação de tristeza, autodesvalorização e sentimento de culpa, falta de energia, preguiça ou cansaço excessivo, lentificação do pensamento, falta de concentração, queixas de falta de memória, de vontade e de iniciativa, insônia ou sonolência.
É muito importante ter clareza de quais são os sintomas da depressão, pois eles não se limitam apenas à tristeza.
Além disso, dependendo do nível da depressão alguns sintomas podem ser mais leves ou mais agudos.
Em seguida, vamos conhecer alguns dos principais tratamentos para depressão, mas lembre-se sempre de consultar o seu médico antes de tomar qualquer decisão.
Tratamentos
Tratamento medicamentoso
1-Antidepressivos
Inibidores da recaptação da serotonina (SSRIs)
São os mais seguros e, muitas vezes, a primeira opção de tratamento. Os efeitos secundários incluem, entre outros, diminuição do desejo sexual e dificuldade de obtenção de orgasmo.
Substâncias ativas
Fluoxetina, paroxetina, sertralina, citalopram, escitalopram, vortioxetina.
Inibidores da recaptação da serotonina e noradrenalina (SNRIs)
São indicados para depressões com sintomas físicos, nomeadamente dor. Os efeitos secundários são equivalentes aos dos SSRIs.
Substância ativa
Duloxetina, venlafaxina.
Inibidores da recaptação da dopamina e noradrenalina (NDRIs)
Efeitos secundários equivalentes aos dos SSRIs e SNRIs, com menor probabilidade de efeitos a nível sexual. Em doses altas, pode aumentar o risco de convulsões.
Substância ativa
Bupropiona
Atípicos e outros
Têm efeitos sedativos, podendo ser usados como indutores de sono. São tomados à noite e podem complementar a toma de outros antidepressivos.
Substâncias ativas
Trazodona, mirtazapina, agomelatina.
Tricíclicos
Este grupo de antidepressivo são tão eficazes como os mais recentes, mas têm mais efeitos secundários e mais sérios (sonolência, alterações do ritmo cardíaco, aumento de peso, dificuldades na acomodação visual). São uma solução de recurso quando um SSRI não resulta.
Substâncias ativas
Clomipramina, amitriptilina, nortriptilina, imipramina e trimipramina.
Inibidores da monoamina oxidase (IMAO)
Dividem-se em dois tipos: os irreversíveis e os reversíveis. Os primeiros, mais antigos, não são seletivos e têm efeitos secundários sérios, resultantes da interação com alimentos com tiramina (queijos, pickles e vinho tinto) e alguns
medicamentos. Não podem ser combinados com SSRIs.
Substância ativa
Moclobemida. a fenelzina, a isocarboxazida e a tranilcipromina
2- Psicoterapia.
A psicoterapia é essencial para todos os tipos de pacientes depressivos, pois tem como objetivo trabalhar as causas emocionais que desencadearam o transtorno.
3-Tratamentos com fitoterápicos
São medicamentos à base de plantas e que podem ser utilizados no tratamento da depressão leve, ou associado à outras classes de antidepressivos.
Substâncias ativas
Melissa, Camomila, erva de São João, Passiflora e outros
4-Tratamentos alternativos
Yoga, Reiki, acupuntura meditação são ótimos tratamentos alternativos que podem auxiliar no combate à depressão. Cada um da sua maneira, todos proporcionam relaxamento e sensação de bem-estar. Os benefícios virão se praticados com regularidade.
Os quadros depressivos precisam ser avaliados por um médico especialista, pois só assim será possível entender a gravidade e qual é o tratamento mais adequado. Além disso, não existe um tempo pré-estabelecido para os tratamentos, sendo necessário avaliar a evolução do caso do paciente e ir ajustando o que for necessário.
Procure sempre a orientação do médico e do farmacêutico.
Autora:
Dra. Rosilene Martins
CRF-SP – 59.732